16 de fevereiro de 2024
“É uma categoria que está se tornando cada vez mais popular entre os consumidores, pois oferece a praticidade e a qualidade que nossa vida agitada exige”, afirma Ivanna Skrypnichenko, gerente de marketing de categoria da Tetra Pak.
Atualmente, grande parte da inovação no ramo de alimentos preparados está voltada para ingredientes orgânicos e à base de plantas, além de clean labels. Peter Brunkestram, tecnólogo de alimentos e chef da Tetra Pak, é uma das pessoas que lideram a iniciativa de inovação.
Peter trabalha no Centro de Desenvolvimento de Alimentos Tetra Recart®, que explora todas as possibilidades dos alimentos preparados. Aqui, ele testa receitas, trocando ingredientes por alternativas locais ou mais saborosas, e colabora com produtores de alimentos para criar opções alimentícias inovadoras.
“Realizamos uma série de pesquisas e testes para obter o sabor e a textura perfeitos. O processo envolve todas as etapas, desde a compra dos ingredientes e o teste das receitas até orientações técnicas sobre processamento e tratamento térmico”, afirma Peter.
Peter e Ivanna consideram a tarefa entusiasmante porque os clientes são muito diferentes, e o mesmo vale para os desafios que eles precisam resolver.
“Um dia, podemos considerar criar rações mais saborosas para os animais de estimação e, no dia seguinte, temos que desenvolver alimentos mais saudáveis para os bebês”, diz Ivanna.
Quando Ivanna conversa com produtores de alimentos e pesquisa consumidores, também há uma demanda inequívoca por clean labels e produtos naturais.
“Sem dúvida, produtos mais naturais são uma tendência. Trabalhamos com muitos de nossos clientes para reformular opções existentes e desenvolver receitas e produtos novos para reduzir ao máximo os aditivos, além de incluir ingredientes mais naturais, como grão-de-bico, feijão e legumes”, afirma Ivanna.
“Às vezes, os aditivos são necessários para alterar a viscosidade ou talvez você queira alguns antioxidantes, mas a maioria dos alimentos estáveis na prateleira com os quais trabalhamos para nossos clientes não precisa de aditivos. O mais importante é o processo térmico”, acrescenta ela.
Peter não se esquece de um dos projetos nos quais trabalhou durante a pandemia do COVID-19. Uma ex-advogada sueca, que também era mãe, entrou em contato com Peter e a equipe de desenvolvimento de alimentos para fazer uma solicitação que acabou sendo divertida e frenética.
“Seu desejo era fabricar produtos alimentícios mais saborosos para os bebês. Ela começou a trabalhar no fogão de sua casa e queria visitar nossas instalações para aprender a incrementar e melhorar sua receita”, afirma Peter.
Juntos, eles desenvolveram duas receitas para alimentos destinados a bebês. A intenção inicial era fabricar um produto clean label com baixo teor de água que fosse altamente nutritivo e proteico. No entanto, chegar ao baixo teor de água, por exemplo, foi um desafio. Para facilitar a gestão do produto no processo de produção da fábrica, ele precisava ser bombeável, portanto, exigia água.
“Não nos distanciamos muito da ideia original dela, mas quando você está trabalhando em escala industrial, precisa abrir mão de certas coisas. Foi realmente empolgante ver o quanto ela estava engajada e a rapidez com que aprendeu. Tivemos muitas conversas produtivas sobre como alcançar as metas dela sem fazer concessões demais”, diz Peter.
Passaram-se menos de sete meses entre a reunião inicial na Tetra Pak em Lund e a disponibilização do produto nas prateleiras.
“Foi um dos projetos mais rápidos que já concluímos do início ao fim. E foi muito divertido ver onde poderíamos fazer a diferença porque, às vezes, os alimentos para bebês são a primeira comida que eles consumiram na vida e extremamente vitais para sua saúde e seu bem-estar”, afirma Peter.
A base vegetal é outra categoria popular dos alimentos preparados e, embora esteja se tornando mais comum em algumas regiões do mundo, Peter diz que ainda parece haver preocupação entre os consumidores.
“Certamente existe uma preocupação, mas é hora de repensar a abordagem. Muitos alimentos à base de plantas hoje são altamente processados porque isso garante o sabor certo, pelo preço certo”, afirma Peter.
Porque um atributo é claro entre os consumidores: o sabor ainda é determinante.
“Quando se trata de alimentos à base de plantas, e especialmente quando falamos sobre produtos proteicos alternativos, acho que ainda não exploramos todas as possibilidades. Esta área poderia se beneficiar de novos desenvolvimentos e inovações. No momento, de certa forma, estamos estagnados. É fundamental entender que, se o gosto não for bom, simplesmente não funcionará”, diz Peter.
Além do sabor, a textura também é essencial. Mas é difícil replicar o sabor e a aparência dos produtos convencionais à base de carne.
“Estamos chegando perto de preencher a lacuna entre carnes e alimentos à base de plantas em termos de sabor, nutrição e preço, porém, honestamente, isso ainda não basta. A próxima era dos alimentos à base de plantas implica analisar o que pode ser melhorado e acabar com o ruído sobre alimentos altamente processados e alimentos que simplesmente não são bons ou saborosos”, afirma Ivanna.
Olhando para o futuro, Peter vislumbra uma indústria de alimentos que não será necessariamente impulsionada somente por produtos à base de plantas.
“Acredito que uma mistura de proteína vegetal e animal será a próxima grande novidade. Podemos ver que a proteína, sobretudo a proveniente do oceano, é popular e pode se tornar muito saborosa. Então, se formos capazes de adicionar uma proteína e um sabor provenientes do mar, combinando-os com outras proteínas animais e vegetais, isso poderá ser revolucionário”, diz Peter.
Os termos “alimentos preparados” e “alimentos processados” são frequentemente usados como sinônimos, mas têm significados diferentes. Alimentos preparados referem-se a qualquer produto alimentício que tenha passado por algum nível de cozimento, montagem e mistura. Os alimentos processados passam por uma série de etapas mecânicas ou químicas para alterar sua forma, seu sabor ou sua textura, ou, ainda, para preservá-los e prolongar sua validade. Às vezes, novos ingredientes são adicionados.
Os termos “alimentos preparados” e “alimentos processados” são frequentemente usados como sinônimos, mas têm significados diferentes. Alimentos preparados referem-se a qualquer produto alimentício que tenha passado por algum nível de cozimento, montagem e mistura. Os alimentos processados passam por uma série de etapas mecânicas ou químicas para alterar sua forma, seu sabor ou sua textura, ou, ainda, para preservá-los e prolongar sua validade. Às vezes, novos ingredientes são adicionados.