13-01-2020
Basta uma olhada rápida nos principias portais de notícias ou no seu feed nas redes sociais para tão logo você ser impactado por conteúdos relacionados à sustentabilidade. Não se trata de uma palavra da moda que logo perderá importância, mas de uma mudança nos hábitos e comportamentos do consumidor que, se ainda não moldaram o modo de atuação da sua empresa, certamente o fará nos próximos anos – sob risco de ficarem para trás as corporações que simplesmente ignorarem as mudanças impostas pelo conceito de sustentabilidade.
Quando passou a ser discutido, entre as décadas de 1960 e 1970, o termo sustentabilidade ainda se limitava a questões ecológicas e, aparentemente, distantes da capacidade de atuação do consumidor. Atualmente, não somente o termo foi ampliado em diferentes esferas e frentes de atuação, mas também se tornou mais próximo do público, que hoje exige das marcas ações concretas em alinhamento com valores sustentáveis.
“As marcas têm um papel muito diferenciado na medida em que, especialmente no caso de alimentos e bebidas, têm um contato praticamente cotidiano com o consumidor. Essas marcas têm a oportunidade de educar o consumidor no processo de compra, informando, seja por meio do site ou da própria embalagem, o que de fato aquele produto está oferecendo e como ele pode ser descartado”, diz Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu.
De fato, levantamentos feitos em diferentes regiões do mundo apontam para a maior sensibilidade e conscientização do consumidor para questões relacionadas à sustentabilidade, o que consequentemente impacta em suas preferências.
Estudo realizado pelo instituo de pesquisa Ipsos a pedido da Tetra Pak (Tetra Pak Index: A Convergência entre Saúde e Meio Ambiente) revela que 40% dos brasileiros considera que suas escolhas de consumo tenham impacto ambiental. A mesma pesquisa revela que a reciclabilidade e a capacidade de reutilização das embalagens são atributos relevantes para um produto – descrições consideradas importantes para 40% e 37% dos entrevistados no Brasil, respectivamente.
Nascidos após a transição do mundo analógico para um universo digitalizado (a partir do século XXI), os consumidores da Geração Z são os mais antenados a questões relacionadas à sustentabilidade e que mais têm pressionado marcas e governos por mudanças. Ainda que em alguns casos sejam jovens ainda sem poder de decisão, são pessoas com enorme influência no processo de escolha dos compradores efetivos.
Diferentes pesquisas apontam a influência desses jovens, que hoje representam mais de 30% da população mundial, segundo estatísticas baseadas em dados das Organizações das Nações Unidas. De forma geral, são pessoas que preferem comprar de empresas que demonstrem compromisso com questões sociais e que tenham transparência em sua cadeia de fornecimento, produção e distribuição, ainda que isso represente um custo maior pelo produto ou serviço adquirido.
Ou seja, não se trata apenas de oferecer produtos de última geração ou com alto padrão de qualidade, ainda que essas sejam variáveis também importante na equação. Fundamentalmente, trata-se de oferecer soluções com maior valor agregado, o que necessariamente passa por práticas sustentáveis. Alguns negócios podem até virar as costas para o conceito, mas o risco será potencialmente alto frente um mercado em transformação e menos tolerante ao que não se alinha ao conceito de sustentabilidade.