2017-10-18
A combinação entre processamento asséptico e embalagem cartonada revolucionou a indústria de alimentos. Os produtos passaram a durar muito mais tempo sem a necessidade do uso de conservantes. A tecnologia, que foi criada em 1951 e deu origem à Tetra Pak, teve impactos relevantes também para o meio ambiente. Muitas pessoas, no entanto, ainda têm dúvidas relacionadas a esse tipo de embalagem. A seguir, especialistas respondem perguntas de leitores.
Elisabete Aparecida Santos, assistente administrativa, 43 anos, de São Paulo (SP)
Não. "O processamento térmico elimina os micro-organismos", explica o engenheiro de alimentos Marcelo Cristianini, pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentos (Nepa), da Unicamp, de São Paulo. Mas a decisão de incluir ou não algum tipo de conservante cabe a cada indústria. Algumas o utilizam em fases anteriores da produção, para preservar a matéria-prima.
Jamile Eloy, gerente comercial, 39 anos, de São Paulo (SP)
Sim. "A diferença está no tipo de processamento térmico aplicado. O leite longa vida passa por esterilização UHT: é submetido a temperatura alta, em torno de 150°C, por 2 a 4 segundos, e depois resfriado. Isso elimina os micro-organismos e permite que a bebida possa ser armazenada em temperatura ambiente até o momento do consumo. Já o leite pasteurizado é submetido a temperaturas mais brandas – abaixo de 100°C –, o que não elimina todos os micro-organismos. Por isso, precisa ser mantido refrigerado até o momento do consumo", esclarece Maria Isabel Berto, pesquisadora do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Carla Borelli, publicitária, 40 anos, de Guararema (SP)
Não. "O procedimento térmico é voltado à destruição dos micro-organismos. A maioria dos nutrientes é preservada", explica Maria Isabel Berto, do Ital. O processamento pode até melhorar a absorção deles pelo organismo, como explica o engenheiro de alimentos Marcelo Cristianini: "As células de alguns alimentos de origem vegetal são resistentes à digestão intestinal. o tratamento modifica a sua estrutura e facilita a digestão".
Dida Dourado, publicitária, 49 anos
Sim. As embalagens cartonadas sempre foram 100% recicláveis. Mas a dúvida se deve ao fato de que, até algumas décadas atrás, ainda não havia uma cadeia completa que garantisse o envio delas até as empresas recicladoras em nível nacional. "Hoje, em praticamente todo o país, há sistemas com pontos de coleta, cooperativas de catadores e empresas de transporte que levam as embalagens usadas até as empresas que as transformam em novos produtos como cadernos, caixas de papelão, telhas e pallets", explica Valéria Michel, diretora de Meio Ambiente da Tetra Pak.
Luis Eduardo Silva, estudante universitário, 19 anos, de São Paulo
Sim. "O que acontece com o produto depois de aberto é que ele se torna novamente suscetível à contaminação por micro-organismos presentes no ambiente. Portanto, o prazo declarado de cada alimento após aberto deve ser respeitado para a própria segurança do consumidor", explica Maria Isabel Berto, do Ital.
Luiza Souza, 18 anos, estudante
Não. "A embalagem cartonada não é feita para cozinhar. Ela contém papel em sua composição. Em contato com a água em temperatura alta por longo tempo o papel se desmancha e ela se desfaz", explica Marcio de Maria, diretor de Sistemas de Processamento da Tetra Pak.
Gilson Sousa, administrador, 45 anos, de São Paulo (SP)
Não. Não é possível, pois a embalagem contém alumínio em sua composição. "Como qualquer metal, pode gerar faíscas e estragar o aparelho", alerta Marcio de Maria, da Tetra Pak.