28 de agosto de 2024
Compreender o que seus consumidores querem e por que é essencial para qualquer negócio que se preze, mas as necessidades e os desejos das pessoas estão em constante evolução. As bebidas e os alimentos enriquecidos são um bom exemplo disso. A maioria das pessoas prestava pouca atenção no assunto, mas, hoje, as possibilidades futuras para essa área são primordiais para a indústria de alimentos e bebidas.
Então, como se manter a par das tendências e regulamentações, garantindo que sua empresa permaneça no topo? E como criar estratégias de marketing inéditas, versáteis e apropriadas para um mundo dinâmico?
Anna Larsson, Líder de Informações de Negócios da Tetra Pak, trabalha com tendências de consumo há décadas. Juntamente com Mikael Adolfsson, que também é Líder de Informações de Negócios, ela fornece dados a colegas que lidam diretamente com clientes para que possam entregar as embalagens, o conteúdo e as linhas de processamento ideais.
“O processamento de alimentos tem sido elucidado pela mídia nos últimos tempos, mas ainda há muita orientação e aprendizagem a compartilhar”, afirma Anna. “Em geral, há uma simplificação excessiva nas preocupações em relação a alimentos processados: as diferenças nem sempre são gritantes para dizer se um produto é bom ou ruim para você.”
O significado dos alimentos processados mudou nos últimos anos, tanto na prática quanto em termos de percepção pública. Atualmente, muitos alimentos processados são enriquecidos com vitaminas, proteínas ou outros nutrientes benéficos adicionais, e eles estão contribuindo para transformar as ideias que circulavam sobre a categoria.
“Precisamos ser transparentes sobre o processamento de alimentos e o que isso significa”, afirma Mikael. “Não tem de ser algo estranho e misterioso. O processamento pode oferecer muitos benefícios e precisamos divulgá-los. As pessoas comprarão produtos que se alinham às suas necessidades e aos seus valores.”
Anna sugere que, na verdade, as possibilidades prometidas pelo processamento de alimentos não podem ser subestimadas quando um terço de todos os alimentos é desperdiçado globalmente.
“Como alimentaremos uma população que aumentará em quase 2 bilhões de pessoas até 2050?”, questiona ela. “Considerando o contexto da fome global, precisaremos do processamento de alimentos para fazer uma mudança positiva.”
Anna e Mikael compartilham essencialmente uma perspectiva externa sobre o que acontece dentro da empresa.
“Passamos muito tempo entendendo o que as partes interessadas internas querem saber sobre consumidores, tendências e regulamentações para que possamos apoiar os especialistas em processamento e embalagem com informações, além de ajudar a orientar sua tomada de decisões quando eles estão desenvolvendo soluções para os clientes”, afirma Mikael.
A contribuição de ambos é igualmente importante para todos os clientes e soluções, sejam novos ou existentes. O objetivo das informações é tornar o trabalho dos especialistas relevante, pertinente e visionário.
“Normalmente, queremos compreender algo sobre as categorias de alimentos e bebidas ou a percepção dos consumidores sobre nossas embalagens”, afirma Anna. “Queremos atender às necessidades dos consumidores hoje e no futuro.” E é aí que entra o modelo Espaços de demanda, lançado recentemente.
Os Espaços de demanda são uma ferramenta analítica avançada para clientes que procuram novas oportunidades de negócios. Usando dados coletados de 78.000 entrevistas e 130.000 ocasiões de consumo em 25 mercados, trata-se de uma segmentação baseada em variáveis como persona, ocasião e necessidade, ajudando a identificar áreas nas quais os produtos atuais não estão atendendo às necessidades dos consumidores.
“Podemos identificar onde e quais consumidores estão procurando um produto para satisfazer um desejo específico em um horário específico do dia ou como um produto que já existe seria mais popular se fosse embalado e comercializado de outra forma”, explica Anna.
Mikael destaca que os Espaços de demanda são uma abordagem metodológica bastante conhecida e utilizada por muitas marcas de renome para segmentar seus consumidores e mercados. Porém, diferentemente de outras empresas, a Tetra Pak pode agregar a perspectiva da embalagem, não apenas o produto contido na embalagem.
“Podemos considerar tanto necessidades funcionais, como qual embalagem seria mais eficiente para leite em determinado mercado, quanto necessidades mais emocionais, como, por exemplo, o que uma pessoa preocupada com o meio ambiente gostaria caso precisasse se reidratar fora de casa?”, explica ele. “Sempre é possível encontrar uma perspectiva, mesmo em uma categoria bem estabelecida, como extrato de tomate ou iogurte. Basta identificar as áreas menores que podem ser otimizadas.”
Se Anna e Mikael identificam uma demanda por produtos com alto teor de vitaminas ou que fazem bem para o intestino, eles podem compartilhar essas informações com seus colegas de marketing e vendas que, por sua vez, podem conversar com os clientes e considerar a possibilidade.
“Uma das partes divertidas do nosso trabalho é que não precisamos conhecer todos os detalhes de como fabricar produtos, então ideias arrojadas são bem-vindas”, diz Mikael. “Às vezes, funciona; em outras, não.”
A categoria dos bióticos, por exemplo, inclui “pré”, “pró” e “pós-bióticos”. Atualmente, todos eles são populares nos laticínios. Então, por que não estão sendo usados em outras áreas, como bebidas com suco para crianças?
“Pensar assim às vezes pode resultar em produtos revolucionários”, afirma Mikael.
De acordo com Anna, a evolução da tecnologia de saúde e a maneira como monitoramos nossa saúde continuarão a se desenvolver nos próximos anos. Contando com a possibilidade de monitorar diferentes biomarcadores, em breve as pessoas exigirão produtos mais personalizados que atendam a necessidades e resultados específicos de saúde.
Uma tendência importante que ambos os líderes de informações estão acompanhando são as proteínas alternativas. Se você incluir os elementos de sustentabilidade e ética à equação, teoricamente, seu valor nutricional pode ser muito melhor do que, por exemplo, o de porcos ou galinhas.1
“Os consumidores realmente não entendem sobre proteínas alternativas e têm certa desconfiança a respeito porque são ingredientes novos, mas estão cada vez mais presentes em nossos alimentos”, explica Mikael.
“Isso exige que o setor seja transparente e forneça aos consumidores a tranquilidade de que eles precisam.” Nesse sentido, a previsão é de que muitos aspectos sejam desafiadores, mas rastreabilidade, transparência e honestidade serão prioridade.”
Uma proteína alternativa pode ser criada dentro de um tanque de fermentação, poupando o sofrimento animal e causando pouco impacto ambiental. Além disso, o desenvolvimento de novas tecnologias está ajudando a acelerar a aceitação desses novos alimentos.
Para garantir que todos estejam preparados para o que está por vir, Anna e Mikael pesquisam e desenvolvem perspectivas sobre regulamentações futuras, o rumo para o qual o setor está caminhando, o que os consumidores solicitarão e como esses aspectos afetam os projetos em andamento.
Às vezes, o setor passa por uma grande mudança. Se os consumidores não forem devidamente informados, haverá resistência, como ocorreu quando as tampas fixas se tornaram uma exigência para limitar o descarte de resíduos plásticos na natureza.
“Precisamos nos antecipar a situações como essa e compartilhar dicas com os consumidores que facilitam a vida, ajudando-os a aceitar mudanças”, afirma Mikael.
Por exemplo, a regulamentação sobre o design para reciclagem está nebulosa no momento. Qual será o impacto para o setor?
“A legislação ainda está sendo elaborada, no entanto, já entendemos que continuar usando plástico não será a ideia mais brilhante em 10 anos”, afirma Mikael. “Acho que, entre outras, nossa iniciativa de aumentar o teor de materiais renováveis nas embalagens cartonadas à base de papel que produzimos será muito relevante quando essas legislações começarem a entrar em vigor.”
Essencialmente, afirma Anna, preparar a empresa e os negócios para o futuro implica analisar o impacto de todos esses diferentes ângulos sobre os produtos e as embalagens em oferta, além de garantir que estejamos prontos para todos os cenários possíveis.
“No final das contas, nossa perspectiva é apenas uma das muitas peças do quebra-cabeça. É por isso que é tão empolgante trabalhar em uma empresa que conta com todos os especialistas necessários para moldar os produtos do futuro”, afirma Anna.
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