As novas regulamentações, as crescentes expetativas dos consumidores e o esforço global para reduzir a utilização de plástico estão a transformar o mundo das embalagens tal como o conhecemos. 1 O futuro pertence aos materiais renováveis e recicláveis, com o papel a liderar este caminho.
“Estamos no caminho certo para oferecer a embalagem de alimentos e bebidas mais sustentável do mundo”, afirma Aldo Fontana, Global Product Manager da Tetra Pak. "Isso significa uma embalagem de cartão fabricada inteiramente de materiais renováveis ou reciclados, obtidos de forma responsável para reduzir o impacto ambiental. Além disso, pressupõe o seu desenvolvimento com a circularidade em mente, com a embalagem a ser facilmente reciclável e que proporcione um elevado conteúdo de materiais reciclados”.
Agora, chegou o momento de dar o próximo passo neste caminho: testar uma tampa de papel inovadora, a primeira da indústria.
A mudança para a “papelização” está a transformar a indústria. Os fabricantes estão a substituir os componentes de plástico por soluções à base de fibras para aumentar a proporção de materiais renováveis e promover a reciclabilidade. As expetativas dos consumidores também estão a aumentar: 31% afirmam que reciclariam mais se as embalagens fossem inteiramente feitas de cartão e 21% querem embalagens fabricadas apenas com materiais renováveis.
“Atualmente, os consumidores veem as embalagens de cartão como a embalagem de bebidas mais amiga do ambiente2”, explica Aldo Fontana. “A tampa de papel reforça esta tendência e suporta o nosso objetivo de maximizar o conteúdo de papel nas nossas soluções, mantendo a funcionalidade e facilitando a transição tanto para os produtores de alimentos e bebidas como para os consumidores.”
Nos últimos anos, a Tetra Pak tem investido em investigação e desenvolvimento para aumentar o conteúdo de papel das suas embalagens, afastando-se do plástico de origem fóssil e trabalhando para uma estrutura de materiais mais simples.
Recentemente, foi introduzida uma barreira de papel para substituir a camada de alumínio nas embalagens de cartão asséticas, o que pode aumentar o conteúdo de papel até aproximadamente 80%. Quando combinada com polímeros de origem vegetal derivados de cana-de-açúcar, é possível contribuir para a redução da pegada de carbono das embalagens de cartão asséticas até 33%.3
O desenvolvimento de uma tampa de papel pode levar este número ainda mais longe, mas é um objetivo ambicioso que requer um equilíbrio cuidadoso entre a integridade da embalagem, a compatibilidade com as linhas de produção e a funcionalidade para o consumidor.
“Criar uma tampa de papel não é tão simples como mudar de material”, explica Pietro Martini, Manager Solutions Scouting & Early Innovation da Tetra Pak. "Requer uma abordagem completamente nova em termos de engenharia, ciência dos materiais e tecnologia de produção. Por isso, é tão importante testar as nossas inovações, para ver o que os consumidores pensam e para obter dados sobre o seu desempenho antes de avançar para a industrialização e produção em grande escala."
O teste fornecerá dados valiosos sobre o desempenho da tampa em condições reais: "Não se trata apenas de um pequeno ajuste na embalagem - é uma inovação vertical. Tradicionalmente, o papel é utilizado nas embalagens, não nas tampas", nota Pietro Martini. “A sua adaptação para tampa altera tudo, desde o fornecimento de matérias-primas até à cadeia de abastecimento, fabrico e interação com o consumidor.”
Nenhum teste é eficaz sem um esforço coletivo - e o cliente de longa data Aneto, de Espanha, está a introduzir, agora, um projeto-piloto de embalagens familiares. A Aneto sempre desafiou os limites para alinhar as suas decisões de embalagem com os seus valores, pelo que fazia todo o sentido ser a primeira a testar a tampa inovadora nas prateleiras para um ensaio comercial com os consumidores, em Espanha.
Em 2021, a Aneto introduziu polímeros de cana-de-açúcar tanto nas tampas como nos revestimentos dos materiais de embalagem, aumentando a proporção de materiais renováveis. Testar uma tampa de papel foi o passo natural para reduzir a dependência de recursos fósseis - e tem um impacto real.
Ao substituir a tampa de plástico por uma alternativa de papel, o conteúdo de papel da embalagem aumenta em 3%, representando, agora, aproximadamente 73% da quota total da embalagem em peso. Juntamente com os polímeros de origem vegetal utilizados nos revestimentos e no gargalo da abertura, a percentagem total de conteúdo renovável da embalagem atinge 87%.4 Isto significa que os consumidores obtêm uma embalagem com uma elevada percentagem de materiais renováveis, tornando mais fácil fazer escolhas mais sustentáveis sem comprometer a conveniência.
“Para nós, a sustentabilidade não é apenas um compromisso - é uma parte fundamental do nosso ADN e da nossa identidade de marca”, destaca Joaquim Jiménez Santamaría, CEO e diretor-geral da Aneto Natural. “Fomos das primeiras marcas, em Espanha, a utilizar embalagens de origem vegetal e estamos sempre à procura de formas de reduzir o nosso impacto ambiental.”
A sopa de legumes biológicos da Aneto foi escolhida para o teste. Este produto tem uma procura constante durante todo o ano, o que faz dele a escolha ideal para uma produção experimental controlada.
“Estamos sempre abertos a experimentar inovações que estejam de acordo com os nossos valores”, explica Joaquim Santamaría. "Queremos ser líderes em sustentabilidade e oferecer aos nossos clientes a melhor experiência possível.
Um dos maiores desafios no desenvolvimento de novas inovações de embalagem é garantir que funcionam sem causar perturbações.
“Os testes dão-nos a oportunidade de ver como os consumidores reagem”, afirma Aldo Fontana. "E para nos certificarmos de que o que desenvolvemos funciona tão bem como as tampas tradicionais.
A tampa deve resistir à humidade, às mudanças de temperatura e ao stress do transporte, mantendo a qualidade do produto.
" Uma das nossas principais prioridades é garantir que a tampa cumpre as mesmas normas de desempenho da de plástico. Tem de ser fácil de abrir, de voltar a fechar e durável”.
Para garantir isto, a tampa foi testada de acordo com os padrões e protocolos da Tetra Pak, avaliando a integridade da embalagem, a resistência dos materiais e a reciclabilidade.
Como Pietro Martini salienta, não se trata apenas de um pequeno ajuste, mas de uma mudança fundamental na tecnologia de fecho.
“Como em qualquer inovação, a produção precisa de ser escalada ao longo do tempo”, comenta. “À medida que aperfeiçoamos o processo e otimizamos o fabrico, a tecnologia tornar-se-á mais acessível para toda a indústria.”
A tampa de papel faz parte de um movimento mais vasto, que está a ganhar força rapidamente.
“A tendência para as embalagens de origem vegetal está a acelerar”, afirma Aldo Fontana. "Cada passo faz a diferença e ajuda-nos a aproximarmo-nos de embalagens baixas em carbono e totalmente renováveis. Só na UE, vendemos mais de 16 mil milhões de embalagens com tampas. Imagine-se o impacto na redução do plástico se apenas uma parte destas embalagens fosse convertida com tampas de papel”.
Para a Aneto, esta colaboração reforça a sua liderança no domínio das embalagens sustentáveis, um caminho que tem vindo a ser trilhado há vários anos.
“Estamos orgulhosos por fazer parte deste projeto”, afirma Joaquim Santamaría. "Para nós, é mais do que inovação, é mantermo-nos fiéis aos nossos valores e demonstrar que é possível”.
Aldo Fontana, Pietro Martini e o resto da equipa continuarão a repensar os materiais e todo o ciclo de vida das embalagens.
“Concentramo-nos na criação de soluções feitas exclusivamente a partir de materiais renováveis ou reciclados, que são obtidos de forma responsável e totalmente recicláveis”, conclui Aldo Fontana.
A viagem rumo à embalagem mais sustentável do mundo continua. E, embora a tampa possa parecer pequena, o seu impacto pode ser enorme.
1 Tetra Pak® Relatório de Tendências de Paperização 2024.
2 Tetra Pak® Sustainable Packaging Research 2023 que compreende mais de 14.500 entrevistas online em 29 países.
3 Tetra Pak “ Calculadora de CO2 da embalagem de cartão” verificada pela Carbon Trust, modelo versão 9 (válido a partir de 2023-01-01). Alcance: medição do início ao fim de uma embalagem de cartão Tetra Brik® Aseptic 200 Slim Leaf com polímeros vegetais no revestimento e barreira de papel, comparada com uma embalagem Tetra Brik® Aseptic 200 Slim Leaf standard. Geografia: UE Dados da indústria.
4 A percentagem de aumento do conteúdo de papel e a quota de materiais renováveis baseia-se no peso real do material. Para calcular a proporção de materiais de origem vegetal numa embalagem, somamos o peso do cartão e do plástico de origem vegetal e dividimo-lo pelo peso total dos materiais da embalagem.